líder do Kuomintang (KMT) defende Putin e culpa a OTAN pela guerra na Ucrânia
A recém-eleita presidente do Kuomintang (KMT), Cheng Li-wen, líder do segundo maior partido político de Taiwan, provocou um intenso debate após declarar à Deutsche Welle que o presidente russo Vladimir Putin "não é um ditador", argumentando que ele foi "eleito democraticamente" e que a Rússia está "democratizada há muitos anos".
Em sua primeira entrevista à mídia internacional desde que assumiu a liderança do partido, Cheng defendeu suas declarações dizendo que estava “mais familiarizada com a Rússia” do que os jornalistas ocidentais, insistindo que as percepções ocidentais sobre Moscou são distorcidas pela propaganda.
“Putin não é um ditador. Ele foi eleito democraticamente”, disse Cheng durante a entrevista. “A Rússia está democratizada há muitos anos. Não existe democracia perfeita no mundo, mesmo a democracia americana tem muitos problemas que precisam de reforma, mas ele foi eleito por meio de um processo democrático.”
Questionada pelo entrevistador sobre a responsabilidade da Rússia pela invasão em larga escala da Ucrânia, Cheng rejeitou a premissa de que Putin sozinho decidiu iniciar a guerra.
“Claro que não”, disse ela. “Esta é uma situação internacional muito complexa. A OTAN quebrou repetidamente sua promessa de não se expandir para o leste, e essa expansão até a fronteira da Rússia é a principal razão para a guerra atual. Se a OTAN tivesse desistido há muito tempo de trazer a Ucrânia para a aliança, esse problema jamais teria acontecido.”
Cheng ainda acusou os países ocidentais de manipular a opinião pública através de mensagens políticas. Ela descreveu a posição da OTAN sobre a Ucrânia como motivada por "propaganda", afirmando que apenas um retorno aos "fatos reais" poderia trazer a paz.
“O Ocidente tem se envolvido em muita propaganda política por causa da guerra na Ucrânia”, disse Cheng. “Isso não é verdade. Só encarando os fatos podemos lidar pragmaticamente com as disputas. Se cada um insistir em sua própria retórica política, nunca haverá uma solução.”
Ao abordar a segurança de Taiwan, Cheng se distanciou tanto de Washington quanto de Pequim, criticando o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), Lai Ching-te, por, em sua opinião,o destino de Taiwan nas mãos de potências estrangeiras.
“Não quero entregar o futuro de Taiwan, seu direito de falar, de decidir e de agir a outros, sejam eles Pequim, Washington, Xi Jinping ou Trump”, disse ela. “Essa é a maior diferença entre mim e Lai Ching-te.”
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