França pronta para construir sozinha o caça de próxima geração FCAS caso a joint venture fracasse
O CEO da Dassault Aviation, Éric Trappier, afirmou que a França pode desenvolver o caça tripulado do Sistema Aéreo de Combate Futuro por conta própria, caso as negociações com a Alemanha e a Espanha fracassem, posição reiterada em briefings posteriores. A disputa gira em torno da governança do programa para um "sistema de sistemas" construído em torno de um caça furtivo de nova geração com drones e uma nuvem de combate, com 2040 ainda como meta a substituição de frotas envelhecidas.
Em 23 de setembro de 2025, Eric Trappier, CEO da Dassault Aviation, declarou que a França poderia desenvolver o futuro caça europeu de forma independente, caso as negociações do FCAS fracassassem. O Politico noticiou em 25 de setembro que um alto funcionário francês confirmou essa opção nacional, que está aberta a um ecossistema europeu de subcontratados. Além do impasse, a questão central é a arquitetura: um "sistema de sistemas" construído em torno de um caça furtivo de nova geração, apoiado por drones de combate e conectado por uma nuvem de combate. Os objetivos são superioridade de informação, fusão de sensores, interoperabilidade e resiliência contra as defesas aéreas modernas. As principais escolhas técnicas incluem massa do alvo, propulsão e integração de armas como Meteor, MICA NG e capacidades de ataque com impasse. O marco de 2040 continua sendo a referência para evitar o envelhecimento das frotas atuais.
Em relação à fuselagem e à arquitetura, os objetivos técnicos são definidos. O NGF é concebido como uma plataforma de baixa observabilidade com gerenciamento de assinaturas em múltiplas bandas, numerosos sensores, porém integrados, e um sistema de missão aberto para acelerar a inserção de sensores, software e efetores. A massa do alvo ilustra as compensações futuras. Paris favorece uma aeronave em torno de 15 toneladas para preservar as operações de porta-aviões para a aviação naval futura, enquanto Berlim busca um perfil de superioridade aérea de 18 toneladas. Um projeto mais pesado geralmente implica mais combustível e carga útil, mas também um motor mais potente, o que pode estender o desenvolvimento. A parceria de propulsão reúne a Safran com a MTU e a ITP, o que estabelece uma base industrial, mas o dimensionamento exato dependerá das escolhas da missão e das restrições de cronograma.
O cronograma de 2040 continua essencial, inclusive porque a aeronave deve executar missões críticas, como a etapa aérea de dissuasão. As escolhas sobre a massa e a propulsão do alvo determinam a carga útil, a resistência, a recuperação do porta-aviões e o cronograma, enquanto a integração de um "sistema de sistemas" (porta-aviões remotos, nuvem de combate, fusão de sensores) requer interfaces fixas e antecipadas para garantir a interoperabilidade e a segurança cibernética. Sem decisões oportunas e uma governança mais rigorosa, o risco é o desvio de custos e cronograma, além da fragmentação tecnológica, o que diluiria os ganhos de capacidade esperados.
Apoie o canal
PIX: apoieguerranapaz@gmail.com
Comentários
Postar um comentário