Malásia desiste de comprar os caças F/A-18 do Kuwait

 

A Malásia cancelou seu plano de adquirir caças F/A-18C/D Hornet da Força Aérea do Kuwait, de acordo com uma reportagem do site de notícias malaio Twentytwo13 , citando fontes familiarizadas com a decisão. O veículo afirmou que o cancelamento decorre de múltiplos fatores que tornaram a transferência complicada e, em última análise, inviável. Entre as principais preocupações estavam a disponibilidade de aeronaves, obstáculos logísticos e financeiros e questões de valor a longo prazo para a Força Aérea Real da Malásia.

O Kuwait, que está em transição para o novo F/A-18E/F Super Hornet, não poderá entregar seus Hornets antigos até receber a frota atualizada. Essas entregas já foram adiadas para 2026, com entrada em serviço prevista para 2027 ou 2028. Os atrasos foram atribuídos a diversas causas, incluindo a pandemia de COVID-19 e as prioridades de aquisição da Marinha dos EUA.

Analistas observaram que, quando o Kuwait pudesse transferir as aeronaves, os jatos seriam ainda menos adequados às necessidades de modernização da Malásia. O Twentytwo13 relatou que os Hornets do Kuwait são, na verdade, mais antigos do que a atual frota de F/A-18D da Malásia, que já incorpora software e hardware mais avançados.

As aeronaves da Malásia operam com o software SCS29C e o radar AN/APG-73, que inclui o datalink Link 16. Em contrapartida, os Hornets do Kuwait ainda utilizam o software SCS25XK, mais antigo, e o radar AN/APG-65, o que os torna menos eficientes. A integração da aeronave aos sistemas da Malásia exigiria atualizações substanciais, novo suporte logístico e tempo de inatividade adicional durante as modificações. Mesmo com horas de voo relativamente baixas, especialistas alertaram que as fuselagens kuwaitianas podem sofrer fadiga estrutural e exigir trabalhos caros para restaurá-las a padrões de serviço aceitáveis.

Restrições orçamentárias foram outro fator. Fontes da defesa disseram à Twentytwo13 que a aquisição de aeronaves mais antigas poderia desviar recursos limitados das prioridades mais amplas de modernização da Malásia. Analistas concluíram que a compra teria gerado pouco retorno sobre o investimento e arriscaria introduzir custos adicionais para atualizações, integração e manutenção.

Como explicou o relatório, os críticos acreditavam que os jatos poderiam ter sido aposentados prematuramente, uma vez que a Malásia se comprometeu com aeronaves de última geração, proporcionando apenas uma solução temporária, sem benefícios a longo prazo. "Trazer aeronaves provisórias já consideradas obsoletas não daria à Malásia 'custo-benefício' suficiente", disse uma fonte da defesa, sugerindo que as aquisições futuras deveriam se concentrar em plataformas mais modernas e sustentáveis.

A decisão também reflete dúvidas sobre o nível de apoio do governo dos EUA à transferência, que exigiria a aprovação de Washington segundo os regulamentos de exportação de defesa.

A Malásia continua a avaliar opções para futuras aquisições de caças como parte da modernização de sua força aérea. Por enquanto, o cancelamento ressalta o desafio de equilibrar orçamentos limitados, requisitos operacionais e os longos prazos frequentemente vinculados às transferências internacionais de defesa.

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