Ruanda e República Democrática do Congo assinam acordo de paz
Ruanda e a República Democrática do Congo assinaram um acordo de paz em Washington, DC, mediado pelos Estados Unidos. O acordo é um avanço nas negociações conduzidas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, e visa atrair bilhões de dólares em investimentos ocidentais para a região, que é rica em tântalo, ouro, cobalto, cobre, lítio e outros minerais.
Em uma cerimônia com a presença do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington, os ministros das Relações Exteriores dos dois países africanos assinaram um acordo no qual se comprometem a cumprir um acordo de 2024 para retirar as tropas ruandesas do leste da República Democrática do Congo em 90 dias.
Kinshasa e Kigali também lançarão um mecanismo de integração econômica regional dentro de 90 dias.
Comentando sobre a assinatura, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse:
"Eles lutam há anos e, com facões, é uma das piores e mais horríveis guerras que alguém já viu. E eu tive sorte de ter um homem que conseguiu resolver isso. Estamos obtendo muitos direitos de mineração para os Estados Unidos no Congo como parte deste acordo. Eles estão muito honrados por estar aqui. Eles nunca pensaram que estariam aqui."
O ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, chamou o acordo de um ponto de virada. A ministra das Relações Exteriores congolesa, Thérèse Kayikwamba Wagner, disse que isso deve ser seguido por um processo de retirada.
Mais tarde, Trump se reuniu com os dois ministros no Salão Oval, onde lhes entregou cartas convidando o presidente congolês, Félix Tshisekedi, e seu colega ruandês, Paul Kagame, a Washington para assinar um pacote de acordos que Massad Boulos, conselheiro sênior de Trump para a África, chamou de "acordo de Washington".
Nduhungirehe disse a Trump que os acordos anteriores não foram cumpridos e pediu ao presidente dos EUA que permaneça engajado no processo. Trump alertou sobre "sanções muito severas, financeiras e outras", em caso de violação do acordo.
De acordo com analistas e diplomatas, Ruanda enviou pelo menos 7.000 soldados através da fronteira para apoiar os rebeldes do M23, que no início deste ano tomaram duas das maiores cidades do leste da República Democrática do Congo e áreas de mineração lucrativas.
As autoridades congolesas acusam Ruanda de apoiar esses rebeldes, que consistem principalmente de combatentes da etnia tutsi do Congo. O movimento rebelde emergiu do genocídio de 1994 em Ruanda. O grupo afirma representar os interesses dos tutsis congoleses, um grupo étnico que foi alvo de extermínio.
As ações do M23, o último estágio de um conflito de longa duração que tem suas raízes no genocídio de Ruanda em 1994, levantaram temores de que uma guerra maior possa atrair os países congoleses vizinhos.
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