Guerra e os bons negócios: Leopard 2 desencadeia um furacão financeiro e Rheinmetall bate recordes no mercado de ações

 

As entregas de tanques Leopard 2 para a Ucrânia catapultaram as ações da Rheinmetall para níveis recordes na Bolsa de Valores de Frankfurt. Em junho de 2025, o preço das ações da Rheinmetall atingiu um recorde histórico, graças a um aumento nos pedidos de armamento pesado, especialmente tanques fabricados em colaboração com a Krauss-Maffei Wegmann (KMW).

Em janeiro de 2023, a Alemanha autorizou a entrega de tanques Leopard 2 à Ucrânia, um ponto de virada que fortaleceu as capacidades defensivas de Kiev e também revitalizou as finanças da Rheinmetall e da KMW. Desde então, a Rheinmetall teve um crescimento exponencial, com suas ações aumentando 20 vezes desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022. Em março de 2025, a empresa relatou uma carteira de pedidos de € 62,6 bilhões, um aumento de 56% em relação ao ano anterior, apoiado por novos contratos no valor de € 11 bilhões. Esse boom financeiro é amplamente explicado pela produção e manutenção do Leopard 2, cuja demanda cresceu tanto na Ucrânia quanto em outros aliados da OTAN.

A colaboração entre a Rheinmetall e a KMW, agora parte do consórcio KNDS, permitiu a produção máxima do Leopard 2, um tanque conhecido por sua tecnologia avançada e poder de fogo. A KMW, embora não seja negociada publicamente, recebeu um aumento significativo em seus pedidos, especialmente de países europeus que buscam modernizar seus arsenais. Em maio de 2025, o Deutsche Bank destacou a diversificação da Rheinmetall, que inclui sistemas de defesa aérea e o desenvolvimento do tanque Panther KF51, como um fator chave para sua sustentabilidade a longo prazo. No entanto, os analistas também alertaram para riscos potenciais se os pedidos não forem aprovados tão rapidamente quanto o esperado.

O impacto tático do Leopard 2 na Ucrânia foi notável. Sua capacidade de operar em terrenos difíceis e seu canhão de 120 milímetros permitiram que as forças ucranianas combatessem efetivamente as ofensivas russas. A Rheinmetall reforçou essa vantagem ao abrir um centro de reparos na Ucrânia, anunciado em março de 2025, que reduz os tempos de manutenção, eliminando a necessidade de mover equipamentos danificados através das fronteiras da OTAN. Esta iniciativa, liderada pelo CEO Armin Papperger, também abrange o reparo de veículos Marder e artilharia pesada, como o Panzerhaubitze 2000.

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