TAI da Turquia traça plano para produzir 1.500 aeronaves até 2034

 

Em 24 de maio de 2025, em uma coletiva de imprensa realizada nas instalações de Kahramankazan da Turkish Aerospace Industries (TUSAŞ), o CEO Mehmet Demiroğlu revelou o roteiro da empresa para produzir 1.500 plataformas aéreas militares até 2034, um plano ambicioso que abrange caças, helicópteros e veículos aéreos não tripulados, tudo dentro da estrutura mais ampla da estratégia de industrialização da defesa nacional da Turquia. Essa visão de longo prazo, que inclui a produção em massa do caça de quinta geração KAAN, o UCAV furtivo ANKA-3 e o tão esperado helicóptero de ataque pesado ATAK 2, deve remodelar drasticamente o papel da Turquia no setor aeroespacial e de defesa global.

O anúncio de Demiroğlu ocorre em um momento em que Ancara está avançando com sua política de autonomia de defesa e competitividade internacional, visando não apenas reduzir a dependência externa, mas também oferecer alternativas escaláveis em um ambiente de segurança em rápida evolução. No centro do programa está a aeronave de combate KAAN, da qual 500 unidades, juntamente com o treinador avançado HÜRJET e o treinador básico HÜRKUŞ, estão programadas para produção. Esses sistemas representam não apenas proezas industriais, mas também uma resposta integrada aos desafios de domínio aéreo. Entre os desenvolvimentos mais simbólicos está o renascimento das ambições de helicópteros de ataque pesado da Turquia por meio do programa ATAK 2. Após anos de hesitação conceitual, o país agora está resolutamente comprometido com esse segmento, com a expectativa de que a plataforma melhore significativamente as capacidades de ataque profundo e apoio próximo. Paralelamente, o drone furtivo de próxima geração ANKA-3 será produzido em quase 600 unidades, formando uma nova espinha dorsal operacional para a guerra aérea não tripulada na Turquia e no exterior.

A divisão prevista aponta para 500 aeronaves de asa fixa(KAAN, HÜRJET, HÜRKUŞ), mais de 350 plataformas de asa rotativa(GÖKBEY, ATAK, ATAK 2) e cerca de 600 sistemas aéreos não tripulados (ANKA-1, ANKA-3, AKSUNGUR). Essa escala de produção, com média de 150 fuselagens por ano, posiciona a TUSAŞ entre um círculo limitado de fabricantes aeroespaciais com um rendimento sustentado. Poucos países, fora dos Estados Unidos e da China, conseguiram volumes semelhantes em uma única década. Por exemplo, a França e a Suécia combinadas não produziram tantas aeronaves de combate e apoio nos últimos dez anos, enquanto o projeto de caça KF-21 Boramae da Coreia do Sul, embora avançado, ainda não atingiu metas de produção em série comparáveis. Esses números destacam tanto a ambição quanto o desafio à frente.

Crucial para essa trajetória é a criação de um ecossistema industrial doméstico robusto. A TUSAŞ emprega atualmente cerca de 16.000 funcionários, tendo recrutado mais de 10.000 pessoas na última década. A empresa está se expandindo globalmente, com escritórios operacionais nos EUA, Europa, Ásia e, em breve, na África e na América Latina. Sua estratégia de cadeia de suprimentos está profundamente ancorada na localização: mais de 125 programas de indigenização foram concluídos e mais de 330 permanecem ativos. Esses esforços são projetados para reter US$ 1 bilhão anualmente na Turquia, substituindo importações, aumentando a sustentabilidade financeira do programa. Em logística e serviços, a TUSAŞ antecipa seu maior fluxo de receita futuro, com foco dedicado em suporte rápido e provisionamento de peças, um componente crítico para manter uma contagem tão alta de plataformas em condições operacionais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Portugal escolhe o caça europeu Dassault Rafale em vez do F-35 para modernizar sua frota de caças

Turquia dobrará os gastos com defesa em 10 anos, atingindo 5% do PIB para alimentar grandes projetos estratégicos

Em uma crise de confiança em seus equipamentos a Força Aérea da Índia vai enviar 100 Mig-29 para serem modernizados nos EUA